Minhas opiniões sobre o que eu sinto por você mudam de
maneira tão frenética que eu não consigo catalogá-las.
Ontem mesmo, o dia foi uma sensação de temperamentos, nosso (des)
encontro foi tão constrangedor que pensei que a melhor saída seria ignorar
nossa ligação para sempre.
Pensei que você estivesse me odiando, me pintando mentalmente
com as mais cruéis e indiferentes pinceladas, ou pior, talvez essas nossas
patéticas falta de atitude sejam o que realmente você espera e que nossa ligação
não passa de um desvario meu.
Odiei-me interiormente, estraçalhei minhas esperanças, ergui
as pontes, que outrora havia abaixado para a sua passagem, reforcei a segurança
da minha muralha, fiquei toda alerta na sombra.
Queria que você me dissesse as piores palavras, confrontasse
os meus mais encobertos comportamentos inaceitáveis, colocasse um ponto final
na história, me obrigasse a reconhecer nossa total incompatibilidade.
*
Suas primeiras palavras foram puramente um pedido de
desculpas, quando quem deveria se desculpar era eu.
Não estou pronta para enfrentar meus medos, somados aos seus.
*
Junto minha solidão a sua como um animal consciente da
armadilha que não consegue evitar.
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