terça-feira, 27 de agosto de 2013




Desta vez estávamos deitados
sua cabeça repousava no meu colo
Eu controlava a respiração
Para você não notar meu coração descompassado

Sentia o seu corpo, ali do lado
E como sempre você estava com aquela temperatura que me enlouquece
Você explicava para alguém porque nunca tivemos uma chance
Eu fechava os olhos, abafava sua voz e me concentrava no momento

Não precisei acordar para sentir a amargura da cena
Como se lentamente pedaços dentro de mim desmanchassem
E desta vez, isto teve menos de sonho e mais de realidade

Meu inconsciente se recusa a me acompanhar
Eu já decidi, aceitei, é uma rua sem saída
Mas basta uma noite de sono e minha alma é povoada novamente de esperança

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Idas e Vindas



Minhas opiniões sobre o que eu sinto por você mudam de maneira tão frenética que eu não consigo catalogá-las.

Ontem mesmo, o dia foi uma sensação de temperamentos, nosso (des) encontro foi tão constrangedor que pensei que a melhor saída seria ignorar nossa ligação para sempre.

Pensei que você estivesse me odiando, me pintando mentalmente com as mais cruéis e indiferentes pinceladas, ou pior, talvez essas nossas patéticas falta de atitude sejam o que realmente você espera e que nossa ligação não passa de um desvario meu.

Odiei-me interiormente, estraçalhei minhas esperanças, ergui as pontes, que outrora havia abaixado para a sua passagem, reforcei a segurança da minha muralha, fiquei toda alerta na sombra.

Queria que você me dissesse as piores palavras, confrontasse os meus mais encobertos comportamentos inaceitáveis, colocasse um ponto final na história, me obrigasse a reconhecer nossa total incompatibilidade.

*

Suas primeiras palavras foram puramente um pedido de desculpas, quando quem deveria se desculpar era eu.
Não estou pronta para enfrentar meus medos, somados aos seus.

*

Junto minha solidão a sua como um animal consciente da armadilha que não consegue evitar.


sábado, 17 de agosto de 2013

Sonhei que você não fugia


Please believe me the river told me...
The Doors

Sentia seu braço envolvendo minhas costas
Descendo até a cintura e permanecendo ali
Como um casal já íntimo,
foi um ato muito natural

Ninguém parecia estranhar
Como se fossemos feitos para aquela cena
Como se algum tipo de bloqueio não existisse mais
Lembro de sorrisos fluindo

Procuro seus olhos
Eles me dizem sim
desacreditada arrisco todos os meus medos e desejos contidos:
Afago seu cabelo e acaricio o seu rosto
Você me olha maroto, carente
Reconhecemos aquela sintonia que sempre desconfiávamos ter

O seu olhar intenso me assegurou que não iria fugir
Bastou.

Acordei com gosto de paraíso no corpo
Já é de tarde e esse sonho me acompanha
No momento ele é tudo o que eu tenho.

sábado, 27 de julho de 2013

Alfinetadas de Austen


Quase 1 mês se passou e os meus sentimentos continuam me torturando.
Vamos aos desabafos.

Nesse tempo li alguns "romances" de Jane Austen e descobri uma nova forma de olhar os relacionamentos.
Longe de ser uma autora romântica nos padrões, alma-gêmea, destino, amor a primeira vista, um único amor pra toda vida, a autora nos apresenta uma perspectiva diferente sobre o "ser romântico". 
Basicamente para Jane Austen, para um relacionamento dar certo basta um coração amoroso, passar um pouco de tempo juntos e uma pitada de acaso. Estes são os ingredientes para um relacionamento que vai durar, independentemente da paixão e dos gostos. Isto porquê, o diferencial de um coração disposto ao amor é justamente aceitar as diferenças. Gostar de alguém exatamente igual a você é narcisista. Logo passando tempo com alguém, independente de quem, se você possuir uma aptidão para o amor, será fisgada. 

Acredito que compreender esse romantismo à la Austen me ajudou a perceber algumas características dos meus próprios relacionamentos, sempre duvidei um pouco do romance estereotipo, pensava naquela frase: "Não é uma coincidência o amor da sua vida aparecer justamente na sua vida?" e realmente, me parece que seria coincidência demais, Austen concorda. 

Comecei a pensar na minha vida e nos meus "romances" e percebi que me identifico com os personagens de Austen, pois, todas as vezes que me "apaixonei", foi porque estava disposta a isso e porque convivia com a pessoa. Isto me deixou estupefata, "Quer dizer que não mando nem no próprio coração?" "Até isso pode ser reduzido a uma lógica?" 
(haha como se amor tivesse lógica).  

A autora parece louvar esse tipo de romance como mais autêntico, comum e duradouro. 
Confesso, essa perspectiva tem um quê de libertadora, tira o peso da nossa felicidade depender de um encontro feliz, e coloca essa responsabilidade em nós mesmos.


Obs: não se deixem enganar com os filmes baseados na obra de Austen, se lermos os romances com atenção perceberemos esses fatores, o acaso principalmente.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Amor e ódio


Comigo é sempre assim: amor e ódio.
Se eu te odiar a primeira vista, certamente tens uma chance.
Tenho a incrível habilidade de passar as maiores vergonhas da vida na frente de quem eu gosto e me corroer por isso.
Os comportamentos mais imaturos, o ridículo vem a minha boca e jorra.
Por isso fico quietinha na maior parte do tempo, só pra não correr o risco.
Te odeio a primeira vista, me odeio quando estou com você, odeio quando você não vem, odeio quando não me responde. Isso é um sinal clássico: te amo.
Me odeio por te amar. 

(Oh!10 Things I hate about you feelings)

Agora só seguro o fôlego e espero que passe. (Inspirei)

O amor é ridículo, o ridículo do amor.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Karma


No meu último relacionamento confesso, acabei com tudo. Pra começar, iniciei pensando em tudo como um experimento antropológico-participante, imaginei que seria divertido namorar, e ele era a pessoa mais próxima, e ao mesmo tempo distante, novo, fresco, logo aderi à idéia. Não estava muito confiante que iria funcionar, pois era primeira vez que eu realmente pretendia transformar isso num relacionamento sério com todas as conseqüências. Foi bom, me diverti muito, posso até dizer que amei ele. Fiz todos os ritos possíveis de namoro, conheci a família dele viajamos juntos, fizemos planos, nos habituamos um ao outro. Com o tempo percebi que ele gostava muito mais de mim do que eu dele, e que ele não via tudo com os mesmos olhos que eu, de novidade e experimentação, percebi que queria muito mais da vida e terminei. Foi difícil para ele, e para eu ter que agüentar ser a “malvada” aos olhos alheios. Mas, já fazem 3 anos e não me arrependo.
Ok, mas falei tudo isso para justificar, se karma existe, sou condenada a ter relacionamento patéticos de agora em diante. Confesso que por um bom tempo não quis ficar com ninguém, mas agora mesmo se quisesse, meus interesses românticos são mais complicados que eu 1000 vezes.
Quando foi que os homens ficaram tão inseguros e desconfiados? Será que fomos tão malvadas, para deixar essas criaturas tão quebradas assim? Tenho a sensação de estar lidando com pessoas com uma bagagem imensa, de medos, frustrações, que criaram uma casca protetora quase impenetrável.
E eu sinto que tenho parte nisso, pois também contribui.

Criamos esse enigma, e não sabemos lidar como ele. Reclamamos dos homens serem insensíveis e extremamente auto-confiantes e o que faremos agora com essa porção de seres masculinos amedrontados?

Confissão


Sim, eu confesso, todas as vezes que torci para não te ver, que escolhi outro caminho. Não suporto não saber. Na verdade acho que sei e sei bem. Tenho um sentimento não correspondido e o pior estou condenada a conviver com você, pois, quis o destino, somos parentes agora.
Passamos todos os feriados juntos, querendo ou não, viajamos juntos, quando há alguma novidade, reparto com você, quando há notícias ruins, também é você o receptor.
Já tentei lidar com a situação de duas maneiras: a primeira, negação, por meses me convenci que não havia razão para gostar de você, coloquei todos os defeitos possível em você, fiz juras de jamais me permitir sentir algo, seria muito embaraçoso devido a proximidade entre nós. Aconteceu que não deu certo, quando caí na real, por sinal, lendo um conto em um blog, percebi, era inevitável. Toda minha racionalidade não é suficiente para me iludir, te amava e ponto final.
Passei ao plano B. Assumi para mim mesma o sentimento, e pensei comigo: não importa todos os defeitos que eu cultivei em você, vou dar corda para esse flerte e ver no que dá, já fiz isso antes não deve ser tão difícil de deixar você perceber. E foi o que eu fiz. Arrumei mil jeitos da gente se encontrar “por acaso” toda a semana, enviava mensagens casuais dividindo interesses em comum, quando estávamos juntos, fazia tudo como manda o figurino, era simpática, mas não grudenta, te dava atenção, mas também não focava em você, não perdia a oportunidade te tocar e olhar em seus olhos, dividimos bons momentos. Mas não passou disso. Você nunca deu nenhum passo, na verdade, creio que percebeu, e preferiu ignorar, passou dias enclausurado, me negando até mesmo sua presença. E o que eu faço?
Há dias penso sobre nós, e creio que se você possui algum sentimento por mim, é muito covarde e prefere se enganar. O problema, é que eu sei que não tem mais ninguém, que você nunca teve um relacionamento sério, e que se há algo de errado não há muito que eu possa fazer. Não vou te esperar para sempre.
Eu estaria disposta a te ajudar apesar de todas as nossas diferenças, seria feliz em ser a pessoa que te ajudou a sair do castelo de cristal que você se meteu, mas acontece que não vou tratar como prioridade alguém que não tem nem coragem para tomar a mínima atitude. Fiquemos restritos aos encontros casuais, e com o passar do tempo eu espero que meu coração não acelere mais ao te ver, que a melhor parte da semana não seja te sentir.